quarta-feira, 21 de março de 2012

EM TERRA DE CEGOS AS DROGAS SÃO UM BOM NEGÓCIO

A legislação brasileira sempre transmitiu a ideia de que era necessária uma “guerra contra as drogas” e contra os seus usuários. O pensamento central sempre foi o de combater esse problema por meio da fixação de pena privativa de liberdade (sistema repressivo-punitivo). Alguns autores afirmam que este pensamento representa uma  “visão de holofote” e isso ocorre por quê, na verdade, essa visão é centralizadora, limitada e restrita, pois é uma visão incapaz de focar as soluções em outras alternativas mais salutares. No Brasil a visão de holofote, sobre a problemática das drogas, não admite a busca de soluções fora do âmbito policial e penal. Ela não ilumina outras áreas possíveis de solucionar ou quem sabe amenizar as mazelas sociais oriundas do flagelo das drogas. Pelo contrário, essa visão ilumina soluções comprovadamente inócuas e efêmeras. 
Portanto, a forma como se busca combater o tráfico de drogas em nosso país está incorreta. Não buscamos combater o tráfico e sim os usuários. Podemos exemplificar com vários fatos sociais essa nossa afirmação, porém, escolhemos um fato oriundo da economia mundial. É o caso da cocaína, pois somente ela, em 2010, rendeu 85 bilhões de dólares aos seus administradores (seis vezes o lucro da coca-cola). Esse valor astrônomico não é atingido por imposto algum e com certeza essa grana toda não está nas favelas, em casebres caindo aos pedaços ou no bolso rasgado de meninos de rua. Aonde anda essa grana? Será que ela gera empregos, cargos políticos, nomeações, projetos de lei e empresas robustas? No Brasil, um policial nunca irá prender um traficante de verdade, assim como uma sardinha nunca será um tubarão. O mundo está tomado pelas drogas (lícitas e ilícitas) e alguém ganha muito com tudo isso, menos a sociedade.