sexta-feira, 22 de junho de 2012

TORTURA CONTRA RECRUTA

Na opinião do subcomandante, major Fernando Raimundo Schunig, é pouco provável que as denúncias tenham procedência. A perversidade se esconde na aparente legalidade quando existe imoralidade nas relações humanas.




A aluna do curso de formação dos bombeiros que denunciou supostos abusos e constrangimento por parte de um tenente do 4º Grupamento de Bombeiros em Cascavel deverá continuar as aulas na cidade de Pato Branco, no Sudoeste do Estado.
Em um boletim de ocorrência registrado no último dia 16, na Delegacia de Polícia Civil, ela relatou que foi submetida a tirar a roupa na frente dos demais alunos, todos homens, e eles a tirarem a roupa na frente dela. A aluna também diz que, dentro de um espaço pequeno, foi obrigada a dormir junto com seis homens.

No boletim de ocorrência ainda está descrito que as “perseguições” foram comandadas pelo tenente que é instrutor do curso. O relato descreve que ele estaria fazendo pressões psicológicas e tentando forçá-la a desistir do curso, já que não quer mulheres na escola de formação. O tenente teria levado pronta uma ficha de desistência para que ela abandonasse a escola.

Ainda de acordo com os relatos, ela, juntamente com os demais alunos, teria sido submetida a permanecer durante 3 horas em frente a uma fogueira e que ficou com as mãos e os pés queimados.
O delegado adjunto da 15ª SDP (Subdivisão Policial), Edward Ferraz, informou que teve conhecimento da denúncia, mas que o caso será investigado pela própria corporação dos bombeiros. 

“Não há atribuição para apuração dos fatos, tendo em vista que o suposto crime narrado no boletim de ocorrência decorreu em razão de atividades militares. Portanto, não haveria atribuição para a Polícia Civil e sim para a autoridade policial militar. No boletim de ocorrência ela descreveu uma ocasião em que ela teria queimado partes do corpo numa fogueira e também teria sido exposta a vexame diante da turma”, disse Ferraz.

De acordo com o subcomandante do 4º GB, major Fernando Raimundo Schunig, os procedimentos de investigação já estão sendo feitos. Na opinião dele, é pouco provável que as denúncias tenham procedência. Caso fique confirmado que houve abuso por parte dos responsáveis pelo curso, não está descartada a possibilidade de exonerações.

“A partir do momento em que se verifique as acusações feitas diga-se de passagem, de natureza gravíssima o que ela relata, os envolvidos – se for comprovado que tiveram alguma participação, que efetivamente fizeram esse tipo de ação –, eles serão responsabilizados tanto disciplinarmente como criminalmente dentro da atividade do quartel”, disse o subcomandante.

Embora o prazo para a conclusão das investigações seja de 20 dias, o relatório final poderá ser concluído já na próxima semana. Ele garante que o caso será esclarecido e divulgado para evitar interpretações distorcidas.

“Nós, tendo conhecimento disso, imediatamente o comando do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros mandou instaurar sindicância segunda-feira [18], onde temos um oficial responsável, encarregado e que está tomando a termo todas as pessoas que foram envolvidas, que participaram do treinamento, para que fique bem claro o que aconteceu”, explicou o major.

A pedido da denunciante, um membro da comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Cascavel também acompanha o caso.


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FONTE:  http://cgn.uol.com.br/noticia/24913/recruta-diz-que-foi-obrigada-a-ficar-nua-na-frente-de-colegas

quarta-feira, 20 de junho de 2012

POLICIAL TEM VERGONHA NA CARA

Este é o tipo de Policial Militar que Beto Richa quer ao seu lado?




Na edição 730, de 14 de maio de 2012, a revista “Época” publicou matéria sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Na página 42, quando o assunto apontava ligações de pessoas (inclusive de políticos) com o bicheiro, a revista, sobre o governador do Paraná Beto Richa, publicou o seguinte:

“[...]. Na semana passada, em sessão secreta da CPMI do Cachoeira, no Senado, o delegado federal Matheus Mella Rodrigues, responsável pela Monte Carlo, listou 81 pessoas, muitas delas políticos, que mantinham contatos com integrantes da organização criminosa ou seriam cortejados por eles. Entre os listados está o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).“



Para os menos desavisados, Beto Richa é aquele político que declarou (ver matéria no endereço eletrônico:http://www.gazetadopovo.com.br/blog/caixazero/conteudo.phtml?tl=1&id=1248505&tit=Richa-nao-quer-PMs-com-estudo-porque-eles-se-insubordinariam) ser positivo que os policiais militares do estado não tenham diploma de curso superior, pois, segundo Beto Richa, uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior. Na época, publiquei um texto onde questionei qual seria o entendimento dos comandantes das policiais militares do Brasil sobre as declarações do governador Richa. Infelizmente, até hoje, preferiram silenciar (por conivência ou medo?).

Beto Richa demonstrou, com sua atitude, desconhecer as verdades sobre a vida profissional dos policiais militares e assumiu sua ignorância ao pedir desculpas, porém não apresentou nenhum mecanismo legal para mudar a vida sofrida e carente desses valorosos Homens. Isso significa dizer que a desculpa foi da boca para fora, somente para fazer média, pois na verdade ele prefere, conforme suas palavras, agentes desqualificados e ignorantes, assim ficam sujeitos às trepidações emocionais de Comandantes ingerentes sem questioná-los. Uma polícia sem instrução é uma arma poderosa nas mãos dos déspotas, pois assim eles manipulam e usam a tropa como mecanismo de controle social oriundo do autoritarismo excludente e antidemocrático.

Após ler a matéria da revista “Época”, sobre Beto Richa, eu consigo entender muita coisa, principalmente o silêncio inexplicável de quem não poderia calar nessa hora. Fico imaginando, aqui no Rio Grande do Sul, se fosse o Governador Olívio Dutra ou Tarso Genro, ambos do PT, que tivessem dito a frase esdrúxula do Beto Richa (PSDB)... Qual seria a reação daqueles que hoje ficaram caladinhos?

No entanto, concluo afirmando que tudo isso foi muito bom para os policiais militares considerados praças, pois é um forte sinal de que as coisas devem começar a mudar. Quem sabe o fim das associações e o nascimento de sindicatos? Se os policiais militares (praças) tivessem sindicatos, políticos como Beto Richa não se elegeriam.



 

terça-feira, 19 de junho de 2012

A CORRUPÇÃO PROTEGIDA



A certeza da impunidade estimula a prática criminosa em qualquer esfera social. A imprensa privada tem interesses obscuros quando o assunto é resgatar a igualdade social positiva. Por outro lado, quando o assunto é limitar o poder estatal sobre as liberdades, ela se torna feroz em favor dessa limitação. Isso ocorre por um simples motivo: o lucro.

Quando a imprensa privada destaca matérias sensacionalistas sobre pessoas em situação de vulnerabilidade social ela está desviando o foco, pois considerando o poder de manipulação da mídia aliado ao seu forte poder econômico, se ela quisesse mudar algo para melhor na sociedade ela saberia como fazer, só não faz porque não quer. Por exemplo: a comissão de juristas responsável pela elaboração do anteprojeto do novo Código Penal apresentou proposta que prevê aumento da lista de crimes hediondos (são os crimes que têm punição mais rigorosa). Constava nesta lista a inclusão do crime de corrupção, no entanto a proposta foi rejeitada e sobre isso a imprensa privada calou. Não seria o momento oportuno para convocar a opinião pública sobre o tema e pressionar os integrantes da comissão a deixar na lista o crime de corrupção, pois ela destrói o tecido social em grande escala além de produzir o aumento das desigualdades sociais? Esse questionamento já seria suficiente para garantir, na lista dos crimes hediondos, o crime de corrupção. Inexplicavelmente esse assunto não recebeu o interesse merecido por parte da imprensa privada. Assim matérias sensacionalistas, que procuram emocionar os leitores com a desgraça alheia, são algo confuso vindo de uma mídia descomprometida com o resgate das desigualdades positivas.

Essa negligência midiática é entendida se levarmos em conta que no Brasil a maioria dos donos dos meios de comunicação é composta por políticos inescrupulosos e o restante é por capitalistas satisfeitos com este tipo de Estado (leia matéria sobre a mídia no endereço eletrônico: http://donosdamidia.com.br/media/documentos/DonosCarta.pdf), onde buscam o lucro e o apoio legislativo, explorando o corpo útil e exterminando o corpo inútil dos desvalidos. Imaginem os senhores se o crime de corrupção fosse hediondo. Quem seriam os condenados por corrupção no Brasil? Talvez seja por isso que a mídia privada tenha silenciado.

Dessa maneira, concluo que a mídia estimulou, com a sua negligência, o exercício da corrupção no Brasil. Essa falta de informação cria uma imagem negativa para o País. A mídia da imprensa privada, no Brasil, demonstra ser o ovo da serpente que se alimenta das esperanças dos desesperados socialmente. Que vergonha, Comissão, pois a certeza da impunidade da corrupção estimula a sua prática no seio de nossa sociedade, matando a dignidade da pessoa humana.