INSUBORDINADOS, SIM. PORÉM CONTRA A
INSUBORDINAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS NAS POLÍCIAS
MILITARES DO BRASIL
Um matéria publicada no site http://www.gazetadopovo.com.br/blog/caixazero/conteudo.phtml?tl=1&id=1248505&tit=Richa-nao-quer-PMs-com-estudo-porque-eles-se-insubordinariam,
dava conta de que o governador Beto Richa (PSDB) disse em entrevista à rádio
CBN, nesta quinta-feira, que acha positivo que os policiais militares do estado
não tenham diploma de curso superior. Disse o governador: “[...] uma pessoa com
curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um
superior, uma patente maior".
A grande questão que deve pairar sobre a cabeça
dos brasileiros, neste caso, é a seguinte: qual é o entendimento dos
comandantes das policiais militares do Brasil sobre as declarações do
governador Richa? Até agora não se manifestaram, uma pena. O governador, homem
pouco esclarecido sobre as verdades da vida profissional dos policiais
militares, foi orientado por alguém, que talvez saiba marchar. E este pseudo-orientador
usou da autoridade governativa para, através dela, expor a sua mediocridade.
Agiu de forma covarde e demonstrou o seu medo pela verdade. Incapaz de debater,
pois lhe faltam, por conta de sua limitação intelectual, subsídios
argumentativos para um profundo debate, o orientador (também pode ser chamado
de assessor), acostumado na arte serviçal rasteira, vendeu a alma de nossos heróis
de farda que atuam na linha de frente. Infelizmente o governador acatou o
discurso medíocre do seu assessor a ponto de concordar com ele e tornar pública
a sua declaração e o silêncio dos comandantes das policiais militares do Brasil
causam um sério desconforto perante seus colegas de farda de nível médio.
Não precisamos de uma polícia militar nestes
termos governador (e assessores ASPONES). Já basta o tanto de sofrimento
incutido aos nossos valorosos policiais militares que vislumbramos quando sofrem
abusos administrativos. Muitos, pela falta de capacidade técnica para
defender-se e sem condições financeiras para pagar um bom advogado, sangram nos
processos administrativos. Ouve-se, vindo dos arquivos das corregedorias e das
seções de justiça das policias militares do Brasil, choros e ranger de dentes
provocados pela injustiça nas decisões administrativas. Seria conveniente que
alguém levasse ao conhecimento do Tribunal Internacional de Direitos Humanos as
aberrações que já vislumbramos em alguns processos administrativos. Seria importante que o Brasil fosse condenado
a investigar alguns destes processos. Muita coisa mudaria para melhor na vida
dos policiais militares, principalmente o direito de terem diplomas e, por
conta disso, não sofrerem assédio moral de seus comandantes ou inveja de seus
pares. Rotular policiais militares, que possuem diploma, de insubordinados é no
mínimo uma atitude patológica, comum em psicopatas que adoram fomentar o
conflito social para realizarem os seus desejos mais íntimos e sujos.
Portanto, com base no discurso escatológico do governador
Richa, uma conclusão é possível: pessoas com nível superior não prestam para
prestar serviço à sociedade brasileira. Até quando?